sábado, 14 de julho de 2012

Comunicação nas Empresas: quando o barato sai caro.

É muito comum, infelizmente, vermos no mercado o nascimento de várias novas empresas que não têm o mínimo de amor ao próprio negócio e ao investimento que estão por fazer.

Afirmo isso, sem dó nem piedade. Da mesma maneira com que futuros empresários fazem com suas futuras marcas.

Há poucos dias, rolou pela internet o artigo do publicitário Marcelo Sant´Iago, da MBreak Comunicação, publicado mensalmente na revista ProXXIma, que me fez pensar muito sobre o assunto. O texto relatava, em breve palavras, que empresários têm o péssimo hábito de contratarem não-profissionais para atividades de comunicação. Os famosos “sobrinhos”. Eu os chamo de “fazedores”.

Fazedores, sim. Porque eles nada mais têm a oferecer do que uma mão-de-obra barata e 99% das vezes desqualificadas. Não possuem noções de posicionamento, estética ou o mínimo de criatividade.

Então, os empresários chamam os “fazedores” para, afinal, fazerem o que eles acham que é a ideia do milênio e então minam seus futuros clientes com anúncios que me abstenho de adjetivar. Erros gramaticais absurdos, fotos de celebridades usadas de maneira irregular, fotos variadas tiradas do próprio Google com resolução lastimável e estética de gosto duvidoso.

E é aí que me pergunto: esse futuro empresário, empreendedor nato, irá contratar uma telefonista para trabalhar de pizzaiola, se abrir uma pizzaria?  Irá contratar um motoboy para fazer telemarketing ativo, se precisar de uma operadora? Ou melhor, irá levar seu filho para fazer terapia com uma pessoa que “adora conversar” simplesmente porque ela resolveu abrir uma porta dizendo que é uma clínica psicológica, mesmo sem graduação? Não, né.

Então, porquê é que empresários teimam em contratar serviços de comunicação de pessoas que não são profissionalmente capacitados para isso?

Agora, caso estejam lendo, acredito (porque já as ouvi) que devam estar criando desculpas do tipo: é caro; é inviável; agências não querem fazer do jeito que eu “acho” que é o certo. E então, contratar um “fazedor” é muito melhor. Afinal, eu mando e (como não tem ideia do que é comunicar de fato) ele faz sem reclamar.
A questão é que “fazedores” não têm argumentos porque não têm embasamento e conteúdo teórico. Então, fazem prática empírica e leiga. Sem estética. Praticamente uma reprodução do que “pesquisaram” no Google.

Prova disso, é que conheço inúmeros (inúmeros mesmo!!) casos de clientes que chegam em agências praticamente desesperados, com textos do tipo: Gastei horrores em outdoor e não obtive retorno. Televisão não funciona. Não faço anúncio em revista porque não atinge a massa.

Daí explico que o empresário que fez outdoor tinha uma loja virtual com atendimento de nível nacional; o empresário que fez televisão regional tinha uma loja de bairro e o que fez revista local, de público médico, tinha uma rede de franquias de chocolates.

Agora, os melhores casos são no meio digital. Empresas que perdem seus domínios, sites e redes sociais por não terem acesso às senhas é o fato mais comum. Isso pelo simples fato de não tratarem com profissionais. Mas atenção, nesse caso, recomendo e aconselho a fazerem contrato inclusive com essas “empresas”,  porque infelizmente isso é uma prática ilegal mas recorrente por “empresas” antiéticas. E elas existem às pencas.

Isso tudo ocorre, infelizmente, porque a profissão de comunicador não é regulamentada e isso permite qualquer um abrir agências ou prestarem serviços de comunicação sem formação acadêmica.
Há empresários que, pelo menos, possuem uma equipe de profissionais capacitados. São os verdadeiros empreendedores do setor. Mas são poucos. Então, olho vivo!

Eu até conheço muitos “sobrinhos” talentosos que de tanto atenderem “aos tios” acabaram buscando a graduação. Agora, dos “fazedores”, por favor, fiquem longe! Afinal, eles nada, mas nada, irão agregar à sua empresa. Vão por mim. Usem o bom senso!

Um comentário:

  1. Temos um ponto de vista parecido, mas tudo é uma questão de amadurecimento do mercado, por isso alertas deste tipo são importantes. O que alguns não entenderam em meu artigo é que ser sobrinho não é uma questão de idade, mas um estado de espírito: já tive em minhas equipes grandes profissionais de 18-25 anos, assim como conheço sobrinhos de 40-50 anos. Bom texto, boa análise, mas fique preparada para as polêmicas.

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